24 de abril de 2010

Vivências e idéias da Bienal















Olá!

Voltando a ativar o blog, gostaria de falar sobre as experiências vividas na IX Bienal internacional do livro do Ceará.
Faz uma semana que a Bienal acabou mas muita coisa tem para ser comentada, vou começar pelo objetivo principal da minha presença lá:
A oficina de ilustração.

Fui convidada pela Hercilia Sombra, a responsável pela biblioteca infantil do SESC Fortaleza a enviar um projeto de oficina de ilusrtação.Teriamos um tempo de até 30 minutos para explicar para cerca de 40 crianças o que é ilustração, o que o ilustrador faz, e coloca-las para praticar.
É um tempinho muito curto para tanta coisa! Mas... porquê não.
O trabalho do ilustrador está em toda parte, mas ainda tem muita gente que não sabe o que é. Muitos escritores já me disseram que, as vezes, conversando com leitores eles perguntam "como o senhor fez os desenhos..." ou quando nós ilustradores dizemos que "fizemos" um livro, as pessoas respondem "Não sabia que você é escritor!".
Nada contra uma coisa nem outra, nem as duas, mas acredito serem muito importantes estes esclarecimentos, e o que o SESc fez foi nos dar um espaço para isso.

Então topei!E comecei a pensar em soluções para um espaço tão curto de tempo. Pensei que levar recortes de papel, como cabeças, pernas, cabelos e vestidos, para que os alunos só montassem seus bonecos de papel fosse uma solução. Mas aprender a fazer bonecos de papel não é aprender a ilustrar! Ou não só... Além do mais, também restringiria as possibilidades criativas da meninada. Então, além dos recortes, decidi levar outros pedaços de papel colorido, canetinhas, giz de cêra, tesoura, lápis e cola.

Assim, o plano era me apresentar, explicar o que o ilustrador faz, e focar na ilustração do livro infantil, na produção de imagens que ajudam – ou contam histórias.

Então a metodoloia era explicar, mostrar alguns livros, pedir que as crianças escolhessem uma história que quisessem contar(podia ser uma que já existisse, uma que eles inventaram, algo que acontenceu com eles...), e por a mão na massa!

Logo no primeiro dia tive um probleminha: Não havia um espaço reservado para minha oficina. Mas como as meninas são gente boa, acabei dividindo com a oficina de histórias em quadrinhos, o que foi uma parceria bem feliz.

O resultado é que foram 5 dias de experiências muito bacanas, a criançada se mostrou bem disposta a contar suas histórias com imagens e algumas em produzir sua própria visualidade. Atendemos a um público bem variado: crianças bem pequenas, adolescentes, familias inteiras (em que os pais também ilustraram!), alunos com necessidades especiais (necessidades motoras, auditivas e sindrome de down) e por ai vai!

O mairo problema que enfrentamos foi o escesso de barulho no espaço (as oficinas e as contações de histórias aconteciam no mesmo pavilhão, separados apenas por paredes de pano) o que acabou com a miha voz. Na sexta feira ela simplesmente sumiu de uma hora para a outra e comecei a tossir sem parar XD. Mas uma aguinha doada pelas minhas colegas de espaço me ajudou a continuar.

Enfim, é isso. Espero que venham mais e mais experincias como essas! Acabava o dia eu estava exausta mas feliz! :D


Curiosidade 1: Ocorreu uma tendência das crianças menores entenderem mais rápido a proposta e viajarem mais em contar e inventar suas próprias histórias. As mais velhas, principalmente os já adolescentes, costumavam afirmar logo que não sabiam fazer, e que só desenhavam”bonequim de palitim”. Isso a gente resolvia conversando, e eles acabavam descobrindo que conversando eles já estão contando histórias e que dá pra contar um monte de coisas com bonecos de palitinho e pedaços de papel.

Curiosidade 2: Os três porquinhos, Dragon Ball e Ben 10 foram as histórias mais contadas, nessa ordem.

Curiosidade 3: Algumas meninas faziam ilustrações combinando com a cor das unhas! XD

Curiosidade 4: Também houveram muitas histórias da vida das próprias crianças. Um dos meninos contou como ele levou um coice de cavalo quando era criança, outro da história de um tiroteio perto da casa dele, outro sobre o amigo “Bad Boy” que só queria ter carro “Tunado”, e uma menina sobre o dia em que a melhro amiga foi pra aula de educação física usando cinto (segundo a autora: “tia! eu vou chamar o esquadrão da moda pra ela!”)

Curiosidade 5: Vou aprender linguagem de sinais! É muito chato se sentir por fora da conversa...

Curiosidade 6: A inclusão é realmente uma necessidade, nós não estamos preparados! Quando a organização nos informou da vinda de um grupo de cadeirantes nós organizamos um grande multirão de 5 minutos. Puxa mesa para lá, cadeira para cá. eu não havia parado para pensar como nossos espaços são tão pouco democráticos! Eu também me decepcionei um pouco comigo mesma, quando percebi que nem havia pensado na possibilidade de ter um grupo de cadeirantes antes deles chegarem. Mas empurra pra lá e puxa pra cá e deu tudo certo. Na verdade foi bem mais do que bom! Era um grupo maravilhoso, muito motivado. Quero aprender mais sobre esse trabalho e também quero desenhar com o pé :D

Agradecimentos ao SESC, a Hercilia, a Regilmara, ao Kelsen e a casa do conto e a todos que passaram pela oficina!

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